terça-feira, 21 de julho de 2015

Projeto Poupa Laís - 2º Mês!








Oi!

Demorou, mas chegou o resumão do 2º mês do Projeto Poupa Laís!

Pra quem não sabe, eu iniciei esse projeto na tentativa de controlar os gastos com coisas e poupar dinheiro para fazer experiências que realmente valem a pena. Ou seja, uma reeducação financeira!

Pra ver como o projeto começou e conhecer bem as regras definidas, é só clicar aqui.

Se você quer ver como foi o resumo do 1º mês, clique aqui.

Vamos aos resultados!


Eu não posso comprar NENHUM livro

Mais um mês com 100% de sucesso nessa etapa árdua de não comprar nenhum livro! Passei uma vez na Saraiva pra dar uma olhada rápida no que tinha de novidade e fiquei super interessada em alguns títulos, mas não levei nenhum pra casa. Sem dúvida, essa é uma das metas que mais influencia na diminuição de gastos.

Eu não posso comprar NENHUM material de papelaria

100% de sucesso! Fiquei alucinada vendo um vídeo da Melina do blog A Series of Serendipity no qual ela mostra alguns produtos de papelaria da loja virtual Veio na Mala, que vende as coisas mais fofas do mundo e juro que não comprei nadinha.

Eu não posso comprar NENHUM item de maquiagem

100% de sucesso também! A tensão do meu (único) BB Cream (eu também não tenho nenhuma base) chegando ao fim está aumentando cada vez mais, mas eu estou tentando ser firme e forte. Tenho usado maquiagem só em ocasiões muuuuito especiais, então acho que conseguirei aguentar durante um tempinho.

Eu só posso jantar fora DUAS vezes por semana

100% de sucesso. O número de vezes que jantei fora caiu tão drasticamente, que só consigo me lembrar de ter comido fora uma vez durante esse período. Essa tem sido uma meta muito importante também!

Eu só posso gastar até R$ 150,00 em roupas ou acessórios por mês

0% de sucesso. Isso mesmo, eu disse ZERO. Você aí lendo esse post achando que estava tudo bem e eu jogo essa bomba. Até o final desse mês, eu não havia gasto nenhum centavo na categoria e estava super feliz com esse fato. Só que aí, surgiu uma necessidade de comprar um casaco de tricô que acabou me levando à uma visita à Renner, onde eu não ia havia muito tempo. Ao invés de pegar o casaco, pagar e sair, fui olhar casualmente as outras roupas e simplesmente cheguei à uma conclusão brilhante (só que não) de que como estava na “transição dos meses”, eu poderia gastar a cota de R$150 do próximo mês também. Daí, em vez de manter o gasto em R$149,90 (que eu tinha guardado pra esse mês), gastei R$298,00 de uma vez.

Eu sei. Isso foi péssimo. Foi uma mistura de compulsão com ansiedade das férias (porque nas férias você quer ser feliz e eu tava de férias).

Mas, tenho que admitir: não foi um momento feliz. Eu saí de lá tão chateada comigo mesma que achei que ia passar mal de raiva, de arrependimento, de tudo. Cheguei em casa muito aborrecida e tive que me convencer várias vezes de que tudo bem... eu tinha errado, mas podia consertar nos próximos meses. Fiquei impressionada como essa coisa das metas mexeu comigo. Eu me senti como se tivesse cometido um PECADO CAPITAL.

Ainda nessa vibe de compras, percebi alguns dias depois que estava precisando de sapatos novos tipo urgentenmente, mas toda vez que abria o armário me deparava com milhares de pares novos ou praticamente novos que eu simplesmente não podia usar porque tenho um problema no pé que causa muita dor se eu usar o tipo de sapato errado. Por causa disso, resolvi esvaziar meu armário e vender tudo que não queria mais. Separei diversas bolsas e sapatos e anunciei pra família e amigos e consegui fazer várias vendas. Com o dinheiro que consegui “arrecadar” comprei dois sapatos que eu posso usar tranquilamente sem machucar meus pés e me livrei de guardar coisas que eu nem usava.

Fiquei bem feliz de conseguir vender esses itens, não só por “conseguir dinheiro”, mas por tirar essa culpa de ter comprado coisas que nem conseguia usar. Enfim, foi uma boa experiência!

Decidi não contabilizar o que gastei com os dois sapatos que comprei como “gasto do projeto”, porque eles foram comprados com dinheiro dessas vendas que eu fiz, então não fizeram uma pressão real no meu orçamento, foi como uma compensação.

Para reverter o gasto de R$298 desse mês, decidi que só posso voltar a gastar nessa categoria em outubro. Assim, ficarei metade de julho, todo o mês de agosto e todo o mês de setembro sem poder comprar roupas e acessórios.


"Eu cometi alguns erros, mas eu estou mudando a minha vida"


É uma meta ambiciosa, mas acho que vale muito a pena tentar. Espero que dê certo.


Eu só posso ir ao cinema UMA vez por mês

100% de sucesso. Como eu tinha falado no resumo anterior, não havia usado minha vez de ir ao cinema em junho e, portanto, ia acumular para duas idas ao cinema no próximo período. Aproveitei minhas duas chances para ver Divertida Mente (que eu achei legal, mas não TÃO incrível) e Jurassic World (que eu achei divertidíssimo). Vai ser triste ter que escolher só um filme pra ver no próximo mês, mas faz parte!

Eu só posso gastar até R$25,00 no almoço (exceto um dia na semana)

75% de sucesso. Decidi que tive 75% de sucesso porque como tive duas semanas de férias e fui pra casa da minha avó e dos meus pais, eu poupei vários gastos com almoço e jantar que me deixaram com um bom saldo. Daí, nesse semana que voltei a trabalhar não me preocupei muito com isso, pensando que eu tinha essa vantagem. Acho que ficou dentro do gasto total esperado, mas vou colocar 75% de sucesso porque eu preciso fazer isso com atenção no próximo mês.

Eu vou anotar todos os meus gastos

0% de sucesso. Eu não anotei. Pois é, eu sei. Tem traços da nossa personalidade que a gente simplesmente não consegue evitar. Desculpa!

Com alguns deslizes, ainda posso considerar esse um mês de sucesso que se traduziu numa fatura de cartão de crédito ainda mais enxuta!

O que mais me impressiona no projeto é que eu percebo diariamente várias compras que eu teria feito por impulso, pelo simples fato de não ter que pensar “eu posso comprar?”, “cabe na minha meta?”, “eu não preciso usar esse dinheiro em outra coisa?”. Isso me deixa bastante feliz!



Espero que o próximo mês seja melhor que esse e assim por diante!

E vocês? Como estão seus gastos? Conseguiram internalizar algumas metas? Estão conseguindo poupar dinheiro? Contem tudo nos comentários!


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Tidal: Anjo ou demônio?


Olá, pessoal!

Batendo um papo com Laís outro dia decidimos que o próximo tópico aqui da coluna não seria sobre uma pessoa específica.

Nossa celebridade, apesar de não ter pernas nem braços anda dando muita dor de cabeça pra quem quer simplesmente ouvir música na internet. Se você tem um contato razoável com o mundo da música, principalmente pop, com certeza já ouviu falar do seu concorrente mais polêmico: o Tidal!

Se você ainda está um pouco confuso sobre o que ele é o que o anda causando, pode deixar que explico pra você!



No mundo da música atual os serviços de streaming estão ficando cada vez mais populares. É a evolução natural do compartilhamento de música. Se em 2007 usávamos o Emule e o Ares pra baixar músicas com internet discada e banda larga bem limitada, hoje em dia a melhora nos serviços de banda larga e 3G permitem que o usuário escute a música na própria internet de qualquer lugar, de qualquer aparelho sem a necessidade de fazer download.

Um dos primeiros que surgiu no Brasil com essa tendência foi o Deezer, porém como os smartphones ainda não haviam atingido um certo estado da arte, o Deezer ficou relegado às profundezas do computador ou notebook.

O fenômeno do momento é o Spotify.



Imagina que maravilhoso seria poder pagar uma taxa relativamente barata para poder ouvir qualquer artista, baixar as músicas para ouvir offline (quando o 3G der aquela falhada) e ainda poder fazê-lo direto no celular? Pois é, o Spotify permitiu isso. Tá sem grana pra pagar pelo serviço? Tudo bem, não tem problema! O programa possui a opção Free, onde você ainda pode ouvir seus artistas por qualquer aparelho, porém sem poder baixar suas músicas e ainda ter que ouvir uns 30 segundos de propaganda a cada 3 músicas.
Assim, o Spotify ganhou a internet e os internautas e garantiu-se, por várias semanas, como um dos aplicativos mais baixados da Android Play Store e da Apple Store.

Bom, tudo ia bem até alguns artistas começarem a se rebelar contra o serviço. O caso mais famoso foi o de Taylor Swift, que alegou publicamente que “música é arte e por arte a gente paga”. A cantora revelou que sente que seu árduo trabalho não é recompensado pelos serviços de streaming, que repassam cerca de 50% dos lucros para o artista. Assim, inicialmente a gravadora da artista liberou suas faixas para o Spotify, porém as recolheu tempo depois. “Se as pessoas quiserem ouvir a minha música, que comprem meu CD.”



Taylor Swift foi chuvinha perto da tempestade que assolaria o Spotify...

Na vanguarda de serviços de streaming que surgiram para competir com o Spotify, nasceu o Tidal. Inicialmente idealizado pela empresa Aspiro, o serviço prometia tanto quanto o Deezer e parecia ser apenas mais uma agulha no palheiro. O serviço despontou como pedra no sapato do Spotify quando o rapper multimilionário Jay-Z resolveu comprar a Aspiro para poder modificar o Tidal para o mercado de streaming do jeito que quisesse. Como Jay-Z é dono de um império econômico chamado Roc Nation, uma das principais gravadoras do mundo pop, o Tidal seria o primeiro serviço de streaming gerenciado por artistas (e para os artistas como o próprio gosta de salientar). Além de contar com o material do próprio Jay Z, Beyoncé, Rihanna, Kanye West, Jack White, Arcade Fire, Usher, Nicki Minaj, Chris Martin, Alicia Keys, Calvin Harris, Daft Punk, Deadmau5, Jason Aldean, J. Cole e Madonna são os artistas considerados "donos do Tidal”.



A primeira premissa do Tidal é beneficiar mais diretamente o artista pelo serviço de streaming, repassando 75% do lucro do aplicativo, 25% a mais que o Spotify. Além disso, o usuário teria acesso primeiro aos mais recentes clipes musicais dos artistas filiados em HD e o áudio rodaria a 1411Kbps, propiciando uma excelente experiência musical. Em março de 2015, sem planos de subscrição gratuitos, o serviço contava com mais de 580 mil utilizadores e operava em 31 países.

Se você não faz ideia da informação dos Kbps (Kbites por segundo), eu explico: as músicas que ouvimos na internet e fazemos download costumam rodar a 192 ou 320kbps. E cá entre nós, você alguma vez reclamou da qualidade do áudio que ouvia? Provavelmente não. Então, pra que disponibilizar músicas com uma qualidade tãããão alta que nem vai fazer tanta diferença? Lembrando que músicas com qualidade mais alta demoram mais tempo pra baixar também. Temos aqui a primeira pisada na bola do Tidal. O áudio já era bom e “se melhorar estraga”. BINGO!

Além dessa, a aposta de Jay-Z para o mercado de streaming está mostrando outros sinais de fraqueza logo em sua inauguração, que ocorreu oficialmente em abril desse ano. Para começar, o Tidal está com preço mais alto do que os concorrentes e sem versão gratuita. Jay-Z optou por não incluir versão gratuita, com suporte das propagandas por achar que seus clientes não gostariam de ser interrompidos pelas propagandas. Nos EUA, o Tidal está com o custo mensal por cerca de $20, $10 a mais que o Spotify. No Brasil, o serviço chegou timidamente com dois tipos de inscrições, uma a RS15 e outra a R$30.

Para os fãs de música pop, as associações dos artistas da Roc Nation ao Tidal estão dando muita dor de cabeça. Em abril de 2015, Tidal já tinha apresentado exclusivos como o vídeo musical de Die for You, uma canção inédita de Beyoncé, uma previsão do teledisco para Ghosttown de Madonna e a música American Oxygen, de Rihanna. Assim, vários lançamentos esperados de clipes e músicas foram lançados inicialmente no Tidal. E dificilmente sabia-se se seriam lançados livremente na internet. É claro que sempre há aqueles hackers que conseguem vazar a música do serviço, assim como aconteceu com os clipes de American Oxygen, de Rihanna e Bitch, I’m Madonna, da Madonna. Então, questiona-se muito a legitimidade do Tidal em beneficiar seus membros com os mais recentes lançamentos se é apenas questão de dias para que eles vazem na internet.





Devido a isso, o Tidal caiu significativamente no ranking de downloads de lojas de aplicativos, enquanto o Spotify  subiu progressivamente. Críticos de música argumentam que o Tidal não tem o que é preciso para poder despontar no mercado de streaming, que está ficando cada vez mais apertado, agora que a Apple, o YouTube e o Google, serviços já reconhecidos e com bagagem popular, resolveram entrar nesse mercado.



Aí, você se pergunta: porque então o Spotify foi um sucesso? Simples. De acordo com Bob Lefsetz, crítico de música renomado, os proprietários tiveram a cara e a coragem de colocar tudo a perder pra depois poder obter ganhos. A versão paga do Spotify é em parte bancada pelas propagandas, mas a outra parte saiu e sai do bolso dos proprietários, os escoceses Daniel Ek e Martin Lorentzon. Para eles, é mais importante atrair clientes num primeiro momento com a versão gratuita e depois seduzi-los aos poucos a adquirir a versão paga. Assim, o cliente se sente confortável para adquirir a versão paga a sua escolha. No Tidal, o cliente é pressionado a pagar ou não vai ter a música. “A menos que os artistas estejam dispostos a perder milhões de dois dígitos de suas fortunas, o sucesso nunca virá”, afirma Lefsetz.

O grande problema de Jay-Z foi acreditar que seu nome e o dos artistas seriam um peso relevante na hora do cliente escolher o serviço de streaming. Em outras palavras, ele acreditou que as pessoas pagariam a mais apenas pelo fato de o Tidal ser de propriedade dele e de Rihanna, Madonna, Kanye West, Beyoncé. Só que sabemos que não é assim que acontece. As pessoas amam seu dinheiro mais do que seus artistas favoritos. É pura inocência de Jay-Z acreditar que só porque ele é famoso que as pessoas vão tirar 10 dólares a mais da carteira para pagar por um serviço que eles já possuem no Spotify. E a um preço menor.

O serviço também apresentou problemas institucionais. Em abril deste ano, o Tidal perdeu o um de seus CEOs, Andy Chen, quando o mesmo e sua equipe de 25 funcionários foram “forçados” a deixarem o quadro da companhia, segundo fontes ligadas ao assunto. Em seu lugar assumiu o cargo Peter Tonstad, que era o presidente executivo da Aspiro, antiga empresa detentora do Tidal. Em comunicado oficial, a companhia de Jay-Z confirmou as demissões, mas afirmou que as informações sobre a saída dos 25 funcionários estavam "incorretas" e classificou essas demissões como "redundância" e "racionalização" dos cargos.

Agora, menos de três meses após ter assumido o cargo, Tonstand não estará mais na liderança da companhia, de acordo com relatório divulgado pela WSJ. O executivo comentou que a sua estadia na empresa seria breve, já que o cargo de CEO ainda não tem um candidato confirmado. O WSJ diz que os executivos em Nova York e Oslo, onde a empresa está sediada, vão assumir as operações até que um novo CEO seja encontrado.



Questiona-se também as acusações de Jay-Z ao Spotify. De acordo com o rapper, o serviço não remunera diretamente o artista e apenas 50% do lucro é repassado. Recentemente, no Fórum Tecnológico Mundial Anual na cidade espanhola de Las Palmas, Miguel Bañón, representante de comunicação do Spotify, informou que 70% do faturamento do aplicativo sueco é encaminhado aos donos dos direitos autorais, uma forma de combater a pirataria musical. Now, let’s think: se o Spotify é tão injusto como Jay-Z aponta, porque ele continua aumentando seu número de contratos com artistas? Porque não vemos notícias de cantores que se dizem injustiçados com o serviço? Porque os artistas simplesmente não migram para o Tidal?

Enquanto Jay-Z critica o Spotify, vários outros cantores criticam o Tidal, que apontam que o serviço apenas beneficiaria os Jay-Z’s e as Madonna’s da vida e que bandas menores não teriam acesso a esse dispositivo. Marcus Mumford, do Mumford and Sons afirma que bandas maiores tem outras maneiras de fazer dinheiro. “Quando você diz que o serviço é gerenciado por artistas e para artistas, é gerenciado pelos grandes e milionários. Eu não gostaria de me alinhar e isso nem que me pedissem. Não teriam espaço para mim lá. Seria um peixe fora d’água.”

Bem Gibbard, vocalista da banda Death Cab for Cutie afirma que estão tentando causar uma comoção emocional para atrair as pessoas. “O plano é colocar um bando de artistas carismáticos milionários e bilionários num palco e fazê-los reclamar que não recebem bem por sua música. Sabemos que não é isso que acontece. Eles são milionários por um motivo.”

Lily Allen também expressou sua opinião sobre o Tidal no Twitter. Para ela, o “Tidal é tão caro comparado aos serviços semelhantes e de excelente qualidade, que as pessoas não serão tolas ao ponto de pagar a mais só pelos nomes. [Jay-Z] está pegando está pegando grandes artistas e gradualmente fazendo-os exclusivos do Tidal e isso pode encorajar as pessoas a praticar a pirataria”.

Entretanto, apesar de todas as falhas, há um certo crescimento da marca conforme o passar do tempo, com mais de 3 milhões de assinaturas. E quem já experimentou o serviço não tem o que reclamar.

Na minha opinião, é claro que há um certo desgosto pelos serviços de streaming, como Taylor Swift já mostrou. Mas acho que tudo é uma questão de ponto de vista. Como eu disse, o compartilhamento de arquivos na internet está constantemente mudando e o Spotify e o Tidal fazem parte disso. Temos que aprender a tirar o melhor da situação.

Acredito que Jay-Z deva ser mais humilde ao fazer publicidade para o Tidal, não devendo assumir que as pessoas vão aderir ao aplicativo apenas pelo nome dos artistas, como salientei, as pessoas amam seu dinheiro muito mais que seus artistas. Há de haver certa flexibilidade. Vejo o serviço como algo preto e branco, rígido, inflexível, em que se você não quer pagar, te expulsam como se tivessem te enxotando de uma festa.

E no século da espionagem digital, querer manter músicas e clipes seguros em seu domínio na internet é praticamente impossível. Temos os vazamentos aí para comprovar. No final do último ano, Madonna teve que mudar de estratégia depois que 4 músicas inteiras do seu álbum que estava pra sair vazaram na internet. Para acalmar os ânimos, ela lançou uma prévia do seu álbum em dezembro de 2014, com apenas 6 faixas. 
Isso deu fôlego para artista segurar seu álbum até o lançamento oficial, em fevereiro de 2015.

Acredito também que não é questão financeira. Sabemos que todos eles são multimilionários e que deve ser um trabalho enorme para fazer toda a produção musical e visual e sentir que não está sendo bem valorizada. Por isso que há esse fechamento dos artistas no Tidal.

O próximo golpe do Tidal, acredito eu, que deve ser o próximo álbum da Rihanna. Esse álbum está sendo um dos mais esperados desse ano e a cantora vem confundindo o mercado lançando singles de uma hora pra outra, espalhando boatos, tudo no Tidal. Alguns dizem que o álbum já está pronto, mas está bem seguro no Tidal e só vai ser lançado na hora correta. Outros argumentam que o álbum está na sua fase final. Bom, vamos esperar pra ver.

E você? Já teve problemas com o Tidal? Acha que ele é injusto ou acredita que é uma luta justa dos artistas? Deixa sua opinião aqui!

Até mais!


Breno P.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Resenha de livro: Ligações - Rainbow Rowell





Desde que descobri a autora Rainbow Rowell (quando li Fangirl – tem resenha sobre esse livro aqui), fiquei muito apaixonada pelo estilo dela e com muitaaa vontade de ler seus outros livros.

Há pouco tempo, comprei com um sorriso de orelha a orelha o único livro escrito por ela que eu ainda não havia lido: Ligações. Landline, no título original em inglês.




Dos quatro livros que li da Rainbow, esse é, sem dúvida, o mais “adulto”. A autora é conhecida por escrever livros com temas sobre e para jovens adultos, mas Ligações é o primeiro a explorar uma personagem principal, Georgie, em uma fase um pouco mais velha, com trinta e poucos anos.

O livro conta a história de Georgie, uma roteiristas de séries de comédia, que vive em constante pressão do trabalho e dos problemas do seu casamento com Neal, com quem tem duas filhas.




Após tantos anos de casamento, Georgie e Neal enfrentam os mesmos problemas de quando eram namorados e ela se questiona constantemente se a escolha que fizeram de ficar juntos foi a decisão mais acertada para os dois.

Quando Neal se aborrece e decide viajar com as duas filhas para passar o Natal na casa da mãe (enquanto Georgie fica trabalhando com Seth, seu melhor amigo e companheiro de trabalho que sempre despertou muito ciúme em Neal), Georgie encontra um antigo telefone amarelo na casa da própria mãe. Ao usar o telefone antigo para telefonar para a casa da mãe de Neal, Georgie descobre que está falando com uma versão mais jovem do marido (da época em que eles eram namorados).




Assim, ela tem a chance de decidir manter o curso da história ou modificar seu destino com Neal fazendo novas escolhas.

Eu achei o plot interessantíssimo e fiquei muito curiosa pra ver como a autora ia abordar essa “mágica”. Acho que ela acertou muito no método! Quando a Georgie se vê diante dessa anomalia, acha que ficou louca, que entendeu errado e pensa coisas muito hilárias a respeito.




É interessante que muito do livro se passa na cabeça de Georgie porque ela não pode compartilhar com ninguém a loucura que está vivendo. Há muitos flashbacks e muitos fluxos de pensamentos que dão base à obra. É bastante diferente de Eleanor & Park, por exemplo, onde o ponto de vista fica dividido entre os dois personagens principais.

Para destacar um ponto negativo, acho que Seth poderia ter tido mais presença ao longo do livro. Quando algo mais marcante acontece mais pro fim do livro, você fica se perguntando porque aquilo não aconteceu antes. Acho que adiantar o ocorrido teria aumentado o drama do livro e acendido uma chama de curiosidade maior nos leitores.




No geral, achei o livro super divertido. Georgie é uma personagem muito carismática e conquista logo nas primeiras páginas. Também é interessante e engraçado ver como ela está tão preparada quanto você para lidar com telefones mágicos. Ou seja, nem um pouco preparada! Haha

O livro é uma boa pedida para rir e pensar sobre relacionamentos, escolhas e promessas que fazemos sobre nossas vidas além de ser mais uma oportunidade de curtir uma leitura da maravilhosa Rainbow. Livro mais que recomendado!




No Brasil, o livro foi publicado pela editora Novo Século com uma capa gracinha cinza e rosa com o notável telefone amarelo ilustrado.

O meu exemplar foi comprado na livraria Saraiva. Pra ver ou comprar, é só clicar aqui.




Espero que vocês gostem da dica de leitura! E se já leram, me contem o que acharam nos comentários.


Beijos!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Cartas ou Quando os mortos falam



Stop this train

I want to get off
and go home again
I can't take the speed
it's moving in
I know I can't
But honestly
won't someone stop this train?
>> John Mayer <<





Há alguns anos atrás, eu fiz um retiro religioso que durou um fim de semana inteiro. Algumas das experiências lá foram bem legais, outras um pouco exageradas, a meu ver. O fato é que estar lá com alguns amigos que não conseguiam levar NADA  a sério foi um pequeno impasse. E, junto com isso, uma certa resistência da minha parte de fazer tudo igual a todo mundo me podou um pouco na situação.

Mas, tenho que admitir que um dos momentos lá se tornou um dos mais marcantes da minha vida. No último dia de atividades, recebíamos cartas feitas pela nossa família, amigos e qualquer pessoa querida que fosse convidada a te escrever algumas palavras.

As cartas das pessoas eram entregues numas pastinhas tímidas. Tinha gente com duas, três cartas. Tinha gente com cinco.  E, imagino eu, tinha gente sem nenhuma. Qual não foi meu susto quando eu recebi uma CAIXA ENORME cheia de cartas, cartões, fotos, bilhetes, presentes e milhares de coisas muito fofas e muito coloridas e bem organizadas lá dentro?

Por um momento eu fiquei absolutamente SEM GRAÇA. Com vergonha mesmo. Não porque eu achava que era um mico, mas porque eu fiquei pensando "deve ter gente aqui que nem ganhou nada e eu aqui esfregando essa coisa escandalosa na cara deles".

Eu nunca consegui me livrar desse sentimento. De sentir vergonha porque algo bom aconteceu pra você. Até hoje eu sinto esse constrangimento que é, no mínimo, irracional.

Contudo, o ponto importante sobre essa caixa é: tantos anos passaram e eu vivi inúmeros altos e baixos desde então. Algumas perdas aconteceram pelo caminho. Não de coisas. De pessoas.

E, já faz um tempo, eu estive pensando em reler essas cartas.

Ontem, eu li a carta que o meu tio Rodrigo fez pra mim.

Eu ouvi a voz dele lendo pra mim. As pausas e as entonações que ele fazia. E vi ele concentrado tentando escrever aquela mensagem e pensando em como dizer o que pretendia. E vi a ironia que ele usava pra fazer graça em diversos momentos ali estampada nos parágrafos. Eu vi a responsabilidade que ele queria que eu assumisse em relação à minha vida. E vi o que ele desejava pra mim. Naqueles dez minutos de leitura, eu estive com ele ali. Ou melhor, ele esteve comigo aqui.

E, por mais doloroso que tenha sido,  isso me deu um conforto imenso.

E, por mais confortante que tenha sido, isso me fez sentir uma vergonha e uma pena por aquelas pessoas que não podem ter o mesmo que eu.

Ter nas mãos um registro escrito do que essas pessoas que partiram sentiram por mim e do que elas tinham a me dizer naquele momento. E de ver que, sem querer, a mensagem que elas deixaram escritas pra mim vai ser a mensagem que vai definir a nossa relação daqui por diante.

Eu sempre tive um apego por cartas e cartões (tenho tantos guardados). E, agora, eu consigo enxergar um valor ainda maior pra essas relíquias.

Palavras são importantes mas, escritas elas têm mais poder.

É uma chance de ter voz mesmo longe. De estar junto já tendo partido.

Esse post vai terminar com um compromisso e um apelo.

Escreva! Pra quem você ama, pra quem você admira ou tem algo a dizer. Algo corriqueiro ou muito importante. Algo com algum sentimento.

Por favor, escrevam pra mim também. Cartas, bilhetes, recadinhos. Assinem. Ponham a data.

Não é justo que a gente esqueça algo tão importante, ou pior ainda, que a gente nunca saiba porque simplesmente perdemos o hábito de escrever uns pros outros.

Escreva uma carta, faça uma memória.

E eu prometo retribuir.

Não há nada que uma boa carta não possa contar.